Sessões Temáticas

Sobre as 5 sessões temáticas

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As sessões temáticas vão ocorrer nos dias 30/09/2024 e 01/10/2024, das 14h às 17h, podendo ocupar um ou dois dias, conforme o número de trabalhos aceitos.

Os trabalhos devem ser submetidos em um dos seguintes eixos:

SESSÃO TEMÁTICA 1. Sistemas territoriais de inovação em contextos periféricos

Coordenadores:

Ana Cristina Fernandes (UFPE), Renato Garcia (Unicamp), André Martinello (UDESC) e André Sica Campos (Unicamp)


Local:

Auditório do CFH


O conceito de Sistema Territorial de Inovação remete aos conflitos de interesse e relações de poder, expressos no território, associados ao processo de produção e difusão de inovações. Compreendendo que este processo, por sua vez, reflete as trajetórias de diferentes formações econômicas e sociais, este eixo temático pretende estimular a reflexão sobre bases teóricas e casos específicos de sistemas territoriais de inovação, suas emergências, objetos, atores, conflitos, desafios e perspectivas, sobretudo em contextos de dependência tecnológica. Reconhecendo que décadas de políticas neoliberais, crises financeiras e ambientais, além da pandemia do novo coronavírus, de um lado, acentuaram as desigualdades entre países mais e menos tecnologicamente desenvolvidos, mas também mostraram que estratégias alternativas são possíveis, como mostram a China e outros países do Sudeste Asiático. Que janelas de oportunidade as múltiplas crises abrem aos países do Sul Global? Que abordagens críticas podem ser construídas acerca da criação e difusão de inovações a partir de contextos periféricos, em territórios com formações socioespaciais marcadas pelas colonialidades do saber, do poder, do ser e da natureza, que ensejaram a subalternidade das subjetividades construídas nestes territórios? Portanto, são esperadas contribuições com perspectivas que dialoguem com o conceito de Sistema Territorial de Inovação, revelando atores, interesses e seus conflitos – a exemplo da emblemática expansão do poder das Big Techs e da chamada economia de plataforma –, assim como reflexões a partir de conceitos como inovação inclusiva, inovação social, inclusão digital e tecnologias sociais, entre outros conceitos que abarcam a não dissociação entre sociedade, território e tecnologia, suscitando, em suma, uma abordagem sociotécnica.

SESSÃO TEMÁTICA 2. As cidades na era digital

Coordenadores:

Janaina Pamplona (Unicamp), Rodrigo Firmino (PUCPR), Maria Helena Lenzi (UFSC) e Carolina Batista Israel (UFPR)


Local:

Auditório do Bloco E (Anexo)


As cidades sempre foram essenciais para as capacidades inovativas: seja pela interação face-a-face, como forma de potencializar o compartilhamento do conhecimento tácito; seja por abrigar uma classe criativa; seja por seus estímulos às externalidades, entre outros fatores. O século XXI se apresenta como um ponto de inflexão no qual as cidades tornam-se alvo da inovação tecnológica por meio do modelo das cidades inteligentes, oferecendo novos contornos socioterritoriais ao neoliberalismo em sua versão digital. Como uma sociedade da caixa-preta (Pasquale, 2016), a coisa pública e a vida nas cidades são tragadas para dentro de sistemas algorítmicos que se pretendem neutros e eficientes, mas que se convertem em formas opacas de dataficação e controle social. Este eixo estimula trabalhos que problematizem esse contexto. Como as tecnologias digitais, impulsionadas pela emergência do paradigma de gestão algorítmica do urbano, impactam a vida nas cidades? Em que medida está se alterando a apreensão e governo dos fenômenos socioespaciais a partir da lógica do Big Data e quais são suas consequências? Como a digitalização do espaço conecta-se a novas formas de privatização do espaço público e altera as dinâmicas de mobilidade urbana? Como apresenta novos conteúdos à especulação imobiliária e afeta o direito à habitação? Como reconfigura sistemas de segurança públicos em sistemas militarizados, com alta tecnologia de rastreamento e vigilância? Como a aceleração digital em cidades desiguais afeta os serviços de saúde e transforma dados médicos em insumos para o mercado de dados? Quais são os impactos do trabalho plataformizado para as relações laborais e da plataformização do ensino para o desenvolvimento cognitivo? Enfim, como as cidades inteligentes se convertem num novo arranjo entre Estado e mercado que resulta no controle algorítmico dos corpos nos/dos territórios?

SESSÃO TEMÁTICA 3. Plataformas Digitais, Redes e Desigualdades

Coordenadores:

Marcelo Pinho (UFSCar), Tamara Tania Cohen Egler (UFRJ) e Victo Silva (Radboud University)


Local:

Sala 324 (Videoconferência)


Este eixo visa discutir as implicações das tecnologias digitais e dos processos de informatização/digitalização na organização do território, nas dinâmicas urbanas e no mundo do trabalho, tendo como foco seus efeitos no fomento a novas desigualdades socioespaciais (como a concentração de produção de informações, precarização do trabalho, mudanças na circulação de mercadorias e prestação de serviços, novas formas de urbanização). A contextualização dessa discussão em um momento de aprofundamento do neoliberalismo é essencial para pensar como a dimensão técnica e política caminham juntas e como essa combinação pode agravar os problemas e as desigualdades socioespaciais no país. Objetiva-se congregar pesquisas que analisem às diversas situações ligadas à transição digital (ou digitalização das relações socioespaciais), das desigualdades e tensões delas decorrentes, dos novos dilemas ligados à normatização e planejamento do território, das questões jurídicas (federativas, trabalhistas, tributárias etc.), geopolíticas e ligadas a demais políticas públicas (como de cultura, inovação, comunicação, entre outras). Portanto, pesquisas dedicadas a situações particulares (locais, urbanas e intraurbanas), regionais, nacionais e internacionais se enquadram nesse escopo. Os temas gerais de interesse do eixo são, não exclusivamente: capitalismo de plataforma, plataformas digitais, uberização, economia do compartilhamento, fintechs. São bem-vindas pesquisas que analisam o papel de grandes grupos privados que atuam em diversos setores econômicos, sejam multinacionais (como Amazon, Alibaba, Uber, 99/DiDi, Airbnb, Netflix, Facebook) e nacionais/regionais (como IFood, Rappi), tanto quanto experiências estatais ou de cooperativas ligadas aos processos mencionados.

SESSÃO TEMÁTICA 4. Efeitos da Digitalização na indústria, agricultura e recursos minerais

Coordenadores:

Carlos Espíndola (UFSC), Janaina Ruffoni (Unisinos), Lucas Baldoni (USP) e Fernando Sampaio (Unioeste)


Local:

Auditório do Bloco F


O avanço das tecnologias de informação e comunicação (TICs) tem trazido novas formas e necessidades de adaptação na esfera produtiva, como tem aparecido em debates sobre a agricultura digital, indústria 4.0 e a mineração autônoma. Esse eixo busca reflexões sobre o desenvolvimento econômico brasileiro recente pelo prisma da inovação e desafios envoltos na estrutura produtiva. É comum a defesa de que a atividade manufatureira tem apresentado dificuldades para internalizar tecnologias do paradigma 4.0, enquanto as atividades intensivas em recursos naturais, como o agronegócio, a mineração e a atividade petrolífera têm aparecido como campos com maiores capacidades inovativas. Este eixo temático visa contribuir para esse debate integrando estudos sobre a indústria, a agricultura e os recursos minerais um mesmo grupo. Entre as questões para debate, buscando levantar quais efeitos da absorção/pouca absorção das tecnologias digitais na esfera produtiva em um contexto altamente heterogêneo como o brasileiro? Em que medida esse quadro de mudanças tecnológicas em curso cria alternativas para o desenvolvimento brasileiro ou acentuam as desigualdades? Como contrapor o desenvolvimento tecnológico e os problemas sociais decorrentes da especialização nos recursos naturais? De que forma a sinergia entre poder público e privado pode promover o desenvolvimento de inovações nessas atividades? Estimulamos tanto contribuições que discutam questões amplas sobre o Brasil quanto estudos de casos.

SESSÃO TEMÁTICA 5. Redes técnicas: infraestrutura e circulação na era digital

Coordenadores:

Márcio Rogério Silveira (UFSC), Rodrigo Cocco (UFSC), Nelson Fernandes Felipe Jr. (UNILA).


Local:

Miniauditório


Os estudos que envolvem redes técnicas, infraestruturas e circulação tem se mostrado cada vez mais importantes para que obtenhamos uma compreensão mais plena dos ritmos, processos e estruturas a partir das quais se organiza e reorganiza a economia mundial e nacional. A técnica, em sentido amplo, é uma das bases da acumulação capitalista, conformando-se enquanto um elemento de sua aceleração, a qual é amplamente potencializada no quadro da chamada “Era digital”. Esforços empreendidos no sentido de imprimir maior autonomia, eficácia e mobilidade (sob menores custos) ao capital nas suas diversas formas, bem como à força de trabalho, são observados nas diversas ramificações que envolvem redes técnicas, infraestrutura e circulação. Desde sensores de pedagiamento que eliminam a necessidade de pedágios fixos e outros, como sistemas de contagem de passageiros e cargas de modo autônomo, outros ainda mais avançados, de direção autônoma, entre outros. Assim, em boa medida, mostram-se mais competitivos aqueles agentes que detêm o estado da arte dessas tecnologias e, em especial, aquelas economias que produzem essas tecnologias, considerando que se trata também de garantir soberania tecnológica. Assim, a sessão temática tem por objeto geral, conformar um espaço de diálogos e relatos de pesquisa acerca das relações entre as novas tecnologias, sua aplicação sobre as redes técnicas e seus impactos sobre a circulação, o que envolve dinâmicas de transporte, dinâmicas comerciais, de logística corporativa envolvendo a produção industrial e a reprodução da força de trabalho, entre outras. Além disso, tratar-se-á de discutir sobre como essas dinâmicas se traduzem efetivamente em processos de desenvolvimento da economia nacional e como o Estado, nos países da periferia capitalista, amparam, de fato, iniciativas de desenvolvimento tecnológico nesses campos.